Lauro Neto - Publicada em 29/09/2009 às 00h04m
RIO - Diante das estimativas do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás (Proninp) de que será preciso qualificar 285 mil profissionais para atuar no setor petrolífero nos próximos cinco anos, Alexandre Leiras, coordenador do curso de Engenharia de Petróleo da UFRJ, não hesita em dizer que há mercado para todo mundo, com uma ressalva.
A engenharia de petróleo ganhará importância e valorização, mas precisará de profissionais especializados para explorar o petróleo em camadas cada vez mais profundas, como a do pré-sal, que exigem materiais mais resistentes a altas pressões e sistemas de produção mais específicos - explica Leiras.
Para desenvolver tecnologias capazes de explorar o pré-sal, a UFRJ assinou um convênio na semana passada com a empresa petrolífera Schlumberger, que construirá um centro de pesquisas no campus da universidade. Com graduação, mestrado e doutorado em Engenharia Química pela UFRJ, com ênfase em petróleo e petroquímica, Leiras respondeu às melhores perguntas sobre a área enviadas pelos leitores ao site do GLOBO.
Existe alguma diferença significativa entre as engenharias Química e de Petróleo? (Gilson Agostinho Matos)
ALEXANDRE LEIRAS: São dois cursos completamente distintos. A Engenharia de Petróleo atua no desenvolvimento das acumulações de óleo e gás, nas partes de reservatórios, poços, exploração e produção, atividades chamadas ita upstream. O profissional é capacitado para conhecer e identificar onde o petróleo está, retirá-lo da terra, do mar ou da camada pré-sal. O engenheiro químico trabalha no processamento e no refino do petróleo, o chamado downstream.
Como está o mercado no setor? (Rafael Zuquim)
LEIRAS: O mercado está aquecido, procurando profissionais. Há vagas para todo mundo. Todos os alunos da primeira turma que se formou na UFRJ, no ano passado, estão empregados, e 100% dos meus alunos estão estagiando. Formados na UFF e na PUC-Rio também estão se inserindo no mercado. Em relação a estágio, é importante que as instituições de ensino procurem convênios com as empresas para mostrar que têm mão de obra para fornecer. Qualquer aluno que esteja fazendo um curso de Engenharia de Petróleo e não tiver oportunidades tem que cobrar da sua instituição.
Quais empresas oferecem oportunidades nessa área? (Wilson Potel)
LEIRAS: Algumas operadoras como Schlumberger, OGX, Shell, Chevron, Star Oil. Há entre dez e 15 empresas grandes e fortes, fora as novas que têm a necessidade de capacitar o seu corpo. São serviços do setor que têm como parceiros a Petrobras. Até 1997, ela monopolizava o mercado. Quando acabou o monopólio, várias outras empresas de fora vieram para o Brasil, abrindo oportunidades nesse campo para o engenheiro de petróleo. Depois, criou-se a ANP para regular o mercado e apareceram novos players, numa escala crescente de oportunidades.
Quais as perspectivas para atuação na exploração do pré-sal? (Adrião Filho)
LEIRAS: São as melhores possíveis. A partir do momento em que houve a descoberta de um novo campo com dimensões bem grandes em condições mais adversas de produção, o setor só tende a crescer cada vez mais nos próximos cinco anos. Vão ser necessários profissionais cada de vez mais especializados. Já há dez poços produzindo na camada pré-sal, sendo um, o de Tupi, com teste de longa duração para estimar a capacidade comercial real do poço. Há uma expectativa de aumento bem acentuado de oportunidades.
Como o mercado e a UFRJ estão se preparando para o pré-sal? (Fabio Barroso)
LEIRAS: Há novas plataformas da Petrobras em licitação que visam a sistemas de produção adequados. A Schlumberger assinou um convênio na semana passada com a UFRJ para instalar um centro de pesquisas no campus da instituição voltado especificamente para o desenvolvimento e implementação de tecnologias para produção na camada pré-sal. O Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes), aqui dentro, está sendo ampliado. Temos uma interação muito grande com eles e, inclusive, alguns profissionais de lá ministram aulas aqui.
Existe a possibilidade de um aluno de ensino médio conhecer o curso? (Carmen Tosta)LEIRAS: Há uma atividade institucional chamada Conhecendo a UFRJ, que acontece no meio do ano, aberta às escolas. São dois ou três dias com várias palestras com estandes demonstrativos dos cursos. Fora isso, vários colégios me procuram para visitar, e tentamos sempre acertar as agendas. Mais informações estão em http://www.petroleo.ufrj.br/ .
RIO - Diante das estimativas do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás (Proninp) de que será preciso qualificar 285 mil profissionais para atuar no setor petrolífero nos próximos cinco anos, Alexandre Leiras, coordenador do curso de Engenharia de Petróleo da UFRJ, não hesita em dizer que há mercado para todo mundo, com uma ressalva.
A engenharia de petróleo ganhará importância e valorização, mas precisará de profissionais especializados para explorar o petróleo em camadas cada vez mais profundas, como a do pré-sal, que exigem materiais mais resistentes a altas pressões e sistemas de produção mais específicos - explica Leiras.
Para desenvolver tecnologias capazes de explorar o pré-sal, a UFRJ assinou um convênio na semana passada com a empresa petrolífera Schlumberger, que construirá um centro de pesquisas no campus da universidade. Com graduação, mestrado e doutorado em Engenharia Química pela UFRJ, com ênfase em petróleo e petroquímica, Leiras respondeu às melhores perguntas sobre a área enviadas pelos leitores ao site do GLOBO.
Existe alguma diferença significativa entre as engenharias Química e de Petróleo? (Gilson Agostinho Matos)
ALEXANDRE LEIRAS: São dois cursos completamente distintos. A Engenharia de Petróleo atua no desenvolvimento das acumulações de óleo e gás, nas partes de reservatórios, poços, exploração e produção, atividades chamadas ita upstream. O profissional é capacitado para conhecer e identificar onde o petróleo está, retirá-lo da terra, do mar ou da camada pré-sal. O engenheiro químico trabalha no processamento e no refino do petróleo, o chamado downstream.
Como está o mercado no setor? (Rafael Zuquim)
LEIRAS: O mercado está aquecido, procurando profissionais. Há vagas para todo mundo. Todos os alunos da primeira turma que se formou na UFRJ, no ano passado, estão empregados, e 100% dos meus alunos estão estagiando. Formados na UFF e na PUC-Rio também estão se inserindo no mercado. Em relação a estágio, é importante que as instituições de ensino procurem convênios com as empresas para mostrar que têm mão de obra para fornecer. Qualquer aluno que esteja fazendo um curso de Engenharia de Petróleo e não tiver oportunidades tem que cobrar da sua instituição.
Quais empresas oferecem oportunidades nessa área? (Wilson Potel)
LEIRAS: Algumas operadoras como Schlumberger, OGX, Shell, Chevron, Star Oil. Há entre dez e 15 empresas grandes e fortes, fora as novas que têm a necessidade de capacitar o seu corpo. São serviços do setor que têm como parceiros a Petrobras. Até 1997, ela monopolizava o mercado. Quando acabou o monopólio, várias outras empresas de fora vieram para o Brasil, abrindo oportunidades nesse campo para o engenheiro de petróleo. Depois, criou-se a ANP para regular o mercado e apareceram novos players, numa escala crescente de oportunidades.
Quais as perspectivas para atuação na exploração do pré-sal? (Adrião Filho)
LEIRAS: São as melhores possíveis. A partir do momento em que houve a descoberta de um novo campo com dimensões bem grandes em condições mais adversas de produção, o setor só tende a crescer cada vez mais nos próximos cinco anos. Vão ser necessários profissionais cada de vez mais especializados. Já há dez poços produzindo na camada pré-sal, sendo um, o de Tupi, com teste de longa duração para estimar a capacidade comercial real do poço. Há uma expectativa de aumento bem acentuado de oportunidades.
Como o mercado e a UFRJ estão se preparando para o pré-sal? (Fabio Barroso)
LEIRAS: Há novas plataformas da Petrobras em licitação que visam a sistemas de produção adequados. A Schlumberger assinou um convênio na semana passada com a UFRJ para instalar um centro de pesquisas no campus da instituição voltado especificamente para o desenvolvimento e implementação de tecnologias para produção na camada pré-sal. O Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes), aqui dentro, está sendo ampliado. Temos uma interação muito grande com eles e, inclusive, alguns profissionais de lá ministram aulas aqui.
Existe a possibilidade de um aluno de ensino médio conhecer o curso? (Carmen Tosta)LEIRAS: Há uma atividade institucional chamada Conhecendo a UFRJ, que acontece no meio do ano, aberta às escolas. São dois ou três dias com várias palestras com estandes demonstrativos dos cursos. Fora isso, vários colégios me procuram para visitar, e tentamos sempre acertar as agendas. Mais informações estão em http://www.petroleo.ufrj.br/ .
Retirado do site do O Globo\ Educação \ Carreira\
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