O petróleo ainda vai dar as cartas por muitas décadas na matriz energética mundial. E essa longevidade foi conquistada graças a uma combinação entre preço e tecnologia, capaz de viabilizar economicamente a produção. A Petrobras, que já desfruta de fama internacional por sua expertise em águas profundas, investiu, entre 2009 e 2011, cerca de US$ 3,1 bilhões em pesquisa e inovação. A empresa costuma aplicar cerca de 1% do faturamento na área por ano.
Além dos investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento, o Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) tem fechado uma série de parcerias com empresas estrangeiras que atuam no setor de óleo e gás - fornecedoras de bens e serviços para a própria Petrobras - e outras instituições de pesquisa, como universidades.
Só no ano passado foram R$ 543 milhões aplicados em universidades e institutos de pesquisa nacionais. Os parceiros internacionais estão montando seus centros de pesquisa e tecnologia próximos ao Cenpes e à Coppe/UFRJ, no Rio de Janeiro.
Uma destas parcerias já deu frutos concretos. Trata-se do SSAO - Sistema Separador de Água e Óleo desenvolvido pela FMC Technologies junto com o Cenpes. É o primeiro do gênero no mundo e está em testes no campo de Marlim, na Bacia de Campos. O equipamento, ao separar a água do óleo no fundo do mar, ajuda a reduzir o volume de água que chega à plataforma durante a produção, incrementando o tratamento do petróleo.
Para o gerente geral de gestão Tecnológica do Cenpes, Oscar Chamberlain, há um desafio em transformar conhecimento em resultado, invenção em inovação, "trabalhando em conjunto com a universidade e a indústria para ter soluções para o pré-sal, para a refinaria, para toda a área de petróleo e gás. Em 2010, o Cenpes concluiu suas obras de expansão, que praticamente duplicaram seu espaço físico, em um investimento de R$ 1,2 bilhão que incluiu a inauguração de novos laboratórios.
Na esteira da demanda por inovação da Petrobras, surgem empresas nacionais capazes de responder às necessidades dos novos tempos petrolíferos, como a CVD Vale, de São José dos Campos (SP), que desenvolveu uma broca de diamante sintético para ser usada na perfuração de poços de petróleo do pré-sal, e a Phdsoft que está lançando uma nova versão de seu software C4D, que modela em três dimensões estruturas como navios e plataformas de petróleo, simula o seu desgaste ao longo do tempo e arquiva todas as informações.
O fundador da CVD Vale, Vladimir Jesus Trava Airoldi, diz que o desenvolvimento do novo produto - que exigiu cerca de R$ 600 mil em investimentos - levou cerca de doze meses e está em processo de aperfeiçoamento. Segundo ele, uma quantia semelhante está sendo usada nos testes. Airoldi conta que a broca já está em produção. "Mas por enquanto, apenas em protótipos, para podermos aperfeiçoá-la ainda mais", observou. A broca de diamante apresenta algumas vantagens sobre equipamentos similares: além de ser mais durável, dá maior velocidade e estabilidade de corte.
Fonte: Valor Econômico
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