O que aconteceria se ocorresse um vazamento no pré-sal das mesmas proporções que o recentevazamento de petróleo da BP no Golfo do México? A imagem acima tenta responder. Ela faz uma sobreposição do tamanho total da mancha de petróleo vazado no Golfo com o litoral brasileiro, mostrando quais unidades de conservação marinhas seriam atingidas – além de assustar qualquer um preocupado com as nossas praias.
A imagem é apenas ilustrativa, e sem fins científicos, mas ajuda a mostrar a dimensão do perigo que um vazamento no pré-sal representa. Ela foi apresentada nesta terça-feira (25) pelo geólogo americano John Amos, que participa do VII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), em Natal (RN).
Amos é presidente da SkyTruth, uma pequena ONG de West Virginia que teve uma incrível ideia: usar a tecnologia de satélite, disponível para qualquer um por meio do Google Earth, para monitorar impactos ambientais, como os causados por exploração de petróleo no mar. A SkyTruth fez análises de manchas de petróleo em uma série de vazamentos, e foi a primeira organização a alertar para o maior acidente de petróleo do Brasil, o vazamento da Chevron na Bacia de Campos.
Para John Amos, vazamentos de petróleo vão acontecer, mais cedo ou mais tarde. Por isso é importante estar preparado. “Gostaria de acreditar que não vão ocorrer vazamentos no pré-sal. Mas como pode acontecer, o Brasil precisa estar preparado, ter os equipamentos necessários para limpar o óleo e priorizar as áreas protegidas que podem ser afetadas”, disse.
A dificuldade em se preparar para o pior ainda é grande. Uma das multas que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) aplicou na Chevron foi devido a falta de equipamentos para controlar o vazamento. Além disso, a tecnologia para limpar petróleo está defasada – foi investido muito mais dinheiro em tecnologias para explorar óleo do que para limpar vazamentos. Amos acredita que o Brasil deveria assumir a liderança em desenvolver essas tecnologias. “Sei que a exploração não vai parar. Mas eu queria ver o Brasil liderando o desenvolvimento de tecnologia para limpar petróleo e prevenir acidentes, porque parece que essa liderança não será assumida pelos Estados Unidos”.
O repórter viajou a Natal e participa do VII CBUC a convite da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza
Fonte: Época (Bruno Calixto)
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