O centro tecnológico da Clariant na Barra (Foto:
Divulgação/Clariant)
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O Rio ganha mais um centro tecnológico para atender aos
desafios do pré-sal, desta vez, fora do polo que se instalou na Ilha do Fundão:
a suíça Clariant, empresa de especialidades químicas, inaugurou seu centro
tecnológico na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade, onde encontrou espaço
suficiente para desenvolver suas atividades e onde 15 pesquisadores, todos
doutores, já trabalham no desenvolvimento de novos produtos químicos voltados
para a indústria do petróleo, principalmente para o segmento de águas profundas
e pré-sal.
O centro foi apresentado na recente feira internacional Rio
Oil & Gas, que aconteceu em meados de setembro no Riocentro, reunindo 1.300
expositores da área de equipamentos e serviços.
Presente no Brasil desde 1957, quando era uma divisão de
produtos químicos especiais da Sandoz, a Clariant entrou no mercado de petróleo
em 1978, com a primeira produção de produtos químicos para a Petrobras.
“Aqui na América Latina começamos a produção naquele ano,
com produtos de especialidades químicas que permitiram efetivamente a produção
de petróleo no Brasil. Participamos de fato da história do petróleo no Brasil,
primeiro na Bahia, onde começou o petróleo e, de lá para cá, a gente tem
crescido com a Petrobras e o offshore, gerando tecnologia. Hoje temos um grande
número de contratos com a Petrobras no tratamento de várias plataformas e
entregamos um pacote de produtos químicos e serviços que garantem a boa
eficiência das plataformas a nível de produção de óleo e gás e de qualidade de
água”, explicou Carlos Tooge, vice-presidente da Clariant Oil & Mining para
a América Latina.
Segundo Tooge, a companhia tem 11 diferentes negócios, e, na
América Latina, o volume desses negócios representa 18% do movimento global.
Dependendo do volume de produção de cada plataforma, explicou Tooge, a Clariant
trata 70% do óleo produzido no Brasil com seus produtos químicos.
A Clariant tem no Brasil três plantas de produção: uma em
Suzano, São Paulo, a maior depois da sede, em Muttenz, na Suíça, e duas no Rio
de Janeirox, uma em Resende, e outra em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
O Centro de Tecnologia instalado na Barra vai também fornecer treinamento para
as equipes de toda a América Latina e vai gerar tecnologia para exportação,
ressalta Tooge.
“Nossa mão de obra é treinada aqui e estamos gerando
tecnologia para exportação. No passado, se dizia que quem gera tecnologia é o
hemisfério Norte, Europa ou EUA. Hoje estamos em pé de igualdade com eles. O
Brasil exporta para a América Latina, a Ásia e os Estados Unidos não só
tecnologia como produção”, disse Tooge.
O executivo disse ainda que o novo Centro Tecnológico no Rio
vai atuar em sintonia com os demais centros de excelência nos Estados Unidos,
no Reino Unido e na Alemanha, e com o laboratório de testes ambientais na
Noruega.
"Todos os centers of excellence atuam de forma
integrada, favorecendo sinergias que são essenciais para gerar inovação",
disse.
Sobre os desafios do pré-sal, Tooge disse que ainda tem
muito que pesquisar.
“A gente brinca que a cada dia aparece um novo desafio”,
disse.
Na área de insumos químicos para o pré-sal, ele deu um
exemplo de desafio:
“O pré-sal tem como
desafios não apenas as águas profundas, mas a distância da costa. As
plataformas vão estar a 300 quilômetros da costa. A logística de envio de
produtos químicos é complicada, dispendiosa e toma tempo. A Clariant está
desenvolvendo uma linha de produtos para minimizar este impacto. São produtos
que têm mais de uma função. Se no passado para as plataformas precisavam ser
enviados dois ou três produtos, hoje a gente consegue fazer um produto com
essas funções. São produtos multifuncionais”, explicou.
Em relação aos serviços, ele explica que os técnicos da
empresa que operam nas plataformas fazem a dosagem dos produtos e o controle do
óleo produzido para verificar se é preciso aumentar algum químico para melhorar
os parâmetros de produção.
“A mão de obra é toda brasileira. É um orgulho que temos:
hoje o time Brasil ligado à área de petróleo é 100% brasileiro”, explicou.
Tooge afirma que a empresa vai conseguir atender a crescente
demanda do pré-sal por tecnolocia, produtos e serviços. Ele explica que, anos
atrás, quando a Petrobras divulgou seu plano de negócios já envolvendo o
pré-sal, no mesmo ano a Clariant fez investimentos na capacidade produtiva para
acompanhar o crescimento.
“Traçamos uma
estratégia de acompanhamento do plano de crescimento da Petrobras desde o
investimento na área produtiva até o centro tecnológico. Tudo está sendo
pensado e com determinadas fases implementadas a partir do momento em que a
produção da Petrobras vai crescendo também”, disse.
Segundo Tooge, a demanda já existente vem sendo atendida com
capacidade para ser aumentada não só do ponto de vista de volume e tecnologia,
mas também de conteúdo local.
“Hoje nosso índice de conteúdo local é maior que 90% nos
produtos químicos para a Petrobras e para o mercado como um todo. Tanto em
insumos locais e mão de obra local”, explica.
Tooge ressalta que a empresa vem crescendo junto com o
mercado e tem uma visão de futuro e não oportunista, de fazer negócios e sair
do país.
“A gente está com o país há mais de 50 anos gerando
tecnologia, mão de obra local com acordos com universidades, gerando emprego, e
com uma visão de futuro. Meu plano de investimentos anda junto com o da
Petrobras. O plano dela vai até 2020, o nosso também. Estamos muito focados
nesse mercado”, disse.
Fonte: G1
Fonte: G1
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