O empresário brasileiro Eike Batista comparou nesta
quinta-feira (4) o desempenho das ações de sua companhia de petróleo, a OGX,
com as da rede social americana Facebook.
"Na comparação com empresas de fora, o Facebook é um
bom exemplo. Foram oito anos, aí decidiram abrir o capital (...). A ação caiu.
E? Essa avaliação, o mercado é quem fez", disse, avaliando que trata-se de
um imediatismo do mercado. "Agora eles alcançaram um bilhão de
espectadores, quem sabe..."
Ele fez a declaração em São Paulo, após debate provovido
pela revista americana "The Economist" para discutir a economia e o
futuro do país.
Em junho, as ações da OGX apresentaram queda de mais de 25%,
refletindo a decepção do mercado com a empresa de petróleo e gás de Eike.
Investidores frustrados com dados de produção da empresa levantaram novas
dúvidas sobre o potencial do setor de óleo e gás brasileiro.
"Na OGX, a gente sofreu um quinhão a mais porque
realmente a produção veio pela metade, isso você paga na hora. Mas avalia a
capacidade da companhia de continuar produzindo, os ativos que estão dentro
dela, a capacidade de achar mais petróleo com novos blocos", disse.
O homem mais rico do país citou, ainda, o crescimento do
país em 2010, que apresentou alta expansão e depois foram aparecendo gargalos.
O empresário afirmou que até o final do ano o grupo terá
mais US$ 2 bilhões em caixa, mas não quis dizer de onde virão os recursos.
"Isso é um Kinder Ovo, pode vir de qualquer lugar", afirmou.
Eike disse que os investimentos na empresa de geração de
energia começaram há cinco anos, com projetos de R$ 7 bilhões. "Você fica
investindo quatro anos, mês a mês, tivemos greve, coisas naturais da
democracia. Mas a partir de outubro vamos entregar uma planta grande em Pecém,
uma no Maranhão, e as descobertas de gás no interior, na Bacia do Parnaíba, nos
permitiram a construir gás suficiente para criar lá o maior parque térmico do
Nodeste."
Ele completou que "as coisas não ficam em pé de um dia
para o outro". "Essa coisa imediatista que é no trimestre,
esquece", disse.
'Roterdã tropical'
Com relação à LLX, cujo capital Eike desistiu de fechar em
setembro, o empresário disse que não se tratou de uma "desistência".
"O banco que avaliou a nossa LLX a sete reais e tanto deveria ter
obrigação de pagar os R$ 7 dos minoritários".
Na ocasião, o empresário cancelou sua planejada Oferta
Pública de Aquisição (OPA) das ações da empresa de logística LLX, após o laudo
de avaliação da companhia ter indicado um preço justo entre R$ 6,94 e R$ 7,63
por papel.
Ele citou, ainda, as magnitudes do Porto do Açu, que tem
previsão de entrada em operação no primeiro trimestre de 2013. "Esse
projeto de porto com indústria está se transformando no 'Roterdã tropical'.
Roterdã é o grande porto da Europa, onde um grande navio chega e a partir daí
as cargas são redistribuidas", disse.
Sobre o fechamento de capital de outras companhias, ele não
quis comentar, dizendo que o tema é "constantemente avaliado".
Fonte: G1
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