São
Paulo - O anúncio de que a OGX vai suspender o desenvolvimento de
alguns campos e de que no ano que vem a produção do campo Tubarão
Azul pode acabar surpreendeu especialistas da indústria de petróleo,
sobretudo se for considerado o experiente corpo técnico constituído
por Eike Batista para tocar a empresa.
No
comunicado, a companhia informou ter chegado à conclusão de que não
há "tecnologia capaz de viabilizar economicamente qualquer
investimento adicional visando aumentar o seu perfil de produção".
Na
prática, o que a OGX revelou é que as reservas de petróleo e gás
estão espalhadas em pequenas estruturas não contínuas dentro dos
reservatórios, o que demandaria um maior número de poços para a
extração dos recursos.
"Isso
não é um problema de tecnologia. Isso é um fato da geologia. A OGX
terá de perfurar mais poços para produzir petróleo, o que pode ser
antieconômico", avaliou o especialista em geologia da
Universidade de Brasília (UnB), Carlos Jorge Abreu, acrescentando
que o reconhecimento do problema neste momento demonstra uma
deficiência dos estudos elaborados pela petrolífera.
Ainda no
fato relevante, a OGX recomendou ao mercado que desconsidere suas
projeções anteriores.
Para o
especialista em exploração Pedro Zalán, da ZAG Consultoria, o
anúncio de hoje revela que a OGX realizou essas projeções sem
conhecer em detalhes as características geológicas dos
reservatórios.
"É
o reconhecimento de que os reservatórios são muito difíceis. A
questão é que isso deveria ter ocorrido há muito tempo",
comentou o Zalán, reforçando o entendimento de que a exploração
em reservatórios compartimentados não tem dificuldades
tecnológicas.
Fonte: Agência
Estado
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